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Game over? No! It’s still on!

No início da semana, o presidente Donald Trump mostrou que permanece no jogo. Não como candidato reeleito, porque esse é um assunto resolvido, mas como provável candidato em 2024, uma vez que a Seção I, da Emenda XXII da Constituição Americana dá aos nascidos nos EUA, a prerrogativa de eleição para dois mandatos presidenciais, consecutivos ou não. Donald Trump encerrará o primeiro em janeiro. Poderá, portanto, ser candidato adiante. 

Quando tudo parecia calmo, depois que o Colégio Eleitoral confirmou a eleição do Democrata Joe Biden, Donald Trump emergiu com o salto de uma baleia Jubarte. Ele fez um duro discurso para denunciar o Congresso Nacional – os Democratas em especial – de desviarem o dinheiro do contribuinte para causas estranhas ao povo americano, com o disfarce de ajuda para as consequências econômicas do Covid. 

“Durante todo o verão, os Democratas bloquearam cruelmente a legislação de socorro pelos danos econômicos do Covid, num esforço enorme para avançar com uma agenda da extrema esquerda e influenciar as eleições. Só há alguns meses, o Congresso iniciou as negociações sobre uma nova proposta, para substituir a que foi encaminhada pela Casa Branca. As negociações foram longas, mas o projeto que planejam enviar de volta à minha mesa é muito diferente daquele previsto e é, realmente, uma vergonha!

Por exemplo, entre as mais de 5.000 páginas do projeto de lei, que eu acredito, ninguém no Congresso leu, pelo tempo curto e complexidade, o projeto chamado de Projeto de Lei de Socorro Covid, nada ou quase nada tem com o assunto previsto. Oitenta e cinco milhões de dólares estão destinados à assistência ao Camboja; US $134 bilhões, para a Birmânia, US $1,3 bilhão, para o Egito e para os militares egípcios comprarem armamento produzido na Rússia. US $25 milhões estão designados para os programas de democracia e políticas de gênero no Paquistão, e US $505 milhões para Belize, na Costa Rica. Sete milhões de dólares para gerenciamento de programas de peixes recitais…” O Presidente prosseguiu com uma lista grande, onde cita até os imigrantes ilegais como favorecidos. 

Em seguida, Donald Trump ressalta que, “apesar de todos esses gastos, o pacote de US $900 bilhões destina aos trabalhadores americanos, contribuintes, apenas US $600 para cada um e dinheiro insuficiente para pequenas empresas. O Congresso encontrou muito dinheiro para países estrangeiros, lobistas e interesses estranhos, mas envia muito pouco aos americanos”. 

Donald Trump encerrou o discurso com um pedido irônico ao Congresso. “Estou pedindo ao Congresso que altere o projeto de lei para aumentar os US $600 ridiculamente baixos para US $2.000 por americano ou US $4.000 por casal. E peço também que o Congresso se livre, imediatamente, dos itens que desperdiçam o dinheiro do contribuinte americano e que envie, de volta, à Casa Branca, para exame do próximo presidente, que poderei ser eu (provocação), algo melhor e mais justo”. 

Com certeza, o povo americano não gostou nada, nada, de saber o que se tenta fazer com o dinheiro dele. Ponto para Donald Trump. Problema para Joe Biden e para os Democratas, que não terão como derrubar o veto certo do presidente. Esse é o estrategista Trump. Ele calou durante todo o trâmite do projeto para,  no momento certo, colocar uma camisa de força nos Democratas e no sucessor. 

Dois outros fatos recentes na vida de Trump mostram que ele não brinca em serviço. No dia 29 de setembro, ele participou de um debate com Joe Biden e se saiu mal. Esse seria o assunto de uma semana pelo menos, se o presidente não tivesse sido internado com Covid. O povo esqueceu as gafes do debate e orou pelo presidente. 

Derrotado na eleição, Donald Trump poderia ter seguido a tradição, para reconhecer a vitória do adversário e cumprimentá-lo. Se tivesse agido assim, sairia de cena. Trump mandou às favas a tradição, criou as notícias de fraude, levantou a insegurança e incerteza para ocupar completamente o espaço político.

Eleição é uma disputa entre imagens, onde a estratégia é elemento fundamental para a vitória, mas também para conseguir alguma vantagem para as situações de derrota. A estratégia é a garantia de que o jogo político nunca termina.

*Artigo publicado no Boletim da Liberdade.

Por Jackson Vasconcelos

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Um balanço da eleição

O establishment sobreviveu para dar, mais uma vez, vitórias à ineficiência e à preguiça, vícios do Estado Brasileiro.  Os socialistas venceram novamente. Às 17h, antes ainda do resultado final da eleição municipal, que demorou como há muito tempo não demorava, a convite do Ronaldo Gomlevsky, participei de uma roda de conversa na internet com um grupo excelente de comentaristas. 

Nossa conversa se fez, inicialmente, com base na pesquisa  na boca da urna e prosseguiu quando surgiram os primeiros resultados oficiais. Alguém levantou uma questão sobre a derrota da esquerda no Rio de Janeiro, com Benedita da Silva e Martha Rocha. Ousei discordar, para mostrar que, desde 1982, no Rio de Janeiro, em especial na Capital, os socialistas estão poder, e pertencentes à mesma raiz: Leonel de Moura Brizola. De Jamil Haddad a Eduardo Paes, por afinidade ideológica e história. Marcelo Crivella, por costume.  

Os socialistas são o Estado ineficiente e preguiçoso, por isso, caro e opulento. É um distribuidor de favores e benefícios, agente da caridade com o chapéu alheio no lugar de garantidor dos direitos do cidadão. 

Ainda não foi dessa vez. O “establishment” é socialista e está sólido e sabe como sobreviver. Uma das frentes é a legislação eleitoral. Ela inibe as campanhas e não faz isso por mero acaso ou estupidez. Nada disso! É estratégia de sobrevivência. Sem campanhas ou com campanhas financiadas com o dinheiro público e direção determinada pelos partidos que pertencem ao “establishment”, vencê-lo será uma pedreira! Não será de uma vez só, nem no tranco. O processo exigirá paciência e estratégia. Uma paciência que João Amoedo parece ter perdido, quando responde sobre o desempenho do partido Novo, que é caminho criado por ele para vencer o “establishment”. 

Mas, se a mudança não acontecer por bem, haverá por mal, quando chegar o dia em que o Rio de Janeiro estará completamente vencido pelo crime e desastre econômico. Para quem gosta de ter esperança, percebo esse tempo bem próximo.  

Já fiz menção aqui neste espaço a uma das melhores obras políticas escritas em estilo de romance, a Revolta de Atlas. A autora, Ayn Rand, nasceu na Rússia e sofreu as consequências da Revolução de lá, quando o Estado quebrou o negócio do pai e levou toda a família à miséria. O livro é uma aula de Brasil. Acreditem. Nele está o elemento motivador da decisão do prefeito Marcelo Crivella com relação à Linha Amarela e exemplos também de empresários que enriquecem rápido, só pela influência que têm nos governos, como se viu ocorrer no tempo dito de ouro, das grandes obras e eventos internacionais. 

O tempo dirá a até quando irá a paciência de que empreende e só precisa do Estado para obter o que ele não oferece: segurança pessoal e jurídica.

*Artigo publicado no Boletim da Liberdade.

Por Jackson Vasconcelos