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Será Jair? Será Luiz? Será Sérgio? Será Ciro?

O ano começou e, na velocidade com que os dias correm, logo chegará a hora de os eleitores avisarem à Justiça Eleitoral quem governará o Brasil. Ela, corajosa, assumiu por decisão de seus pares, a obrigação isolada de conhecer os resultados antes de todos e divulgar o nome do eleito. 

Dizem por aí que quem não quiser Jair Bolsonaro terá Lula ou Sérgio Moro. Assim como, quem não queira Lula, terá Bolsonaro, Moro ou Ciro.  

O jogo parece terminar aí por estratégia de comunicação dos candidatos. A estratégia de escolha por eliminação. 

Ora, se os candidatos têm uma estratégia para convencer os eleitores, os eleitores deveriam ter a deles para convencer os candidatos de que esse argumento não lhes é suficiente. Afinal há um país a ser governado no interesse de quem paga a conta. 

Quando se escolhe alguém para prestar um serviço, faz-se isso num processo de exclusão? Um advogado, por exemplo? Um dentista, um médico, um contador? Quando alguém delibera viver a vida com outro alguém, faz isso só para excluir as alternativas? Algo do tipo, não quero isso, então fico com aquilo? 

Se para outras decisões na vida, a simples exclusão de alternativas não é o melhor processo, por que adotá-lo na escolha de um presidente para o país? 

A pessoa escolhida terá o poder, antecipadamente conferido pelo povo, de atormentar ou facilitar a vida dele. Então, escolher um candidato pelo simples fato de ele prometer atormentar menos, não quer dizer que ele facilitará a vida de quem só quer ter a liberdade de cuidar de si, de seus negócios, de suas famílias. 

A primeira coisa inteligente a fazer quando se tem que escolher é conhecer todas as alternativas e analisá-las com cuidado. Avaliá-las corretamente com base nos desejos e expectativas que se tem para a escolha. 

Nenhum candidato a presidente, por mais experiência ou leitura que tenha, sabe o que o povo precisa obter de quem, por sua ordem e risco, governará o Brasil. Então, que ouça, que examine, que crie laços de confiança e conforto. 

Nós, brasileiros, conhecemos muito bem o resultado das escolhas por exclusão, por raiva e vingança. Já aprendemos que há vida e dia seguinte após o dia do troco. 

Como já sabemos de sobra, não vale o papo furado de um mandato de quatro ou de oito anos, porque os presidentes tomam decisões que podem durar mais tempo do que o tempo deles no governo. 

E tem mais: a abstenção, os votos nulo e branco, serão a estratégia da exclusão absoluta. Mas, esteja certo de que ninguém, rigorosamente, ninguém além de você mesmo sairá feliz do processo, porque esse tipo de voto – o “não voto”, vale zero na contagem. E como vale zero, o presidente será eleito sem que você tenha sido, pelo menos, considerado. 

A estratégia define os atributos positivos e negativos dos candidatos, mas como instrumento que desenha o futuro, porque as decisões estratégicas produzem resultados adiante e não no momento em que são definidas. 

Feliz 2022.

Artigo publicado no Boletim da Liberdade.

Por Jackson Vasconcelos