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A OMISSÃO. 

19 de março 2024. 

“Todo poder emana do povo e em nome dele será exercido, diretamente ou através de seus representantes, nos termos desta Constituição”. Isso está posto no parágrafo único do artigo primeiro da Constituição Federal. Mas, há quem diga que no Brasil o exercício do poder não se dá desse modo nem por essa gente. Discordo. 

O voto é o instrumento principal para o exercício do poder, seja diretamente, seja pela escolha de representantes. Na última eleição para Presidente da República, 118 milhões de eleitores votaram. Eu posso, então, afirmar que exerceram o poder – agiram para exercer o poder. No entanto, 31 milhões não votaram. Não deram as caras na zona eleitoral. Esses exercerão o poder por omissão deliberada. Naquele eleição, dois candidatos foram ao segundo turno, Lula e Bolsonaro. Lula venceu pois obteve 2 milhões de votos a mais. O resultado seria o mesmo se os 31 milhões de omissos tivessem votado? É possível. 

Estamos a caminho de mais uma eleição, agora para escolher vereadores e prefeitos. Novamente, o povo exercerá o poder, alguns por ação outros por omissão. Os resultados obtidos serão, portanto, fruto da decisão de todos. Tanto dos que agirão como dos que irão se omitir. 

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Será Javier ou Massa?Jair ou Lula? 

19 de novembro de 2023. Dia de eleição na Argentina. 

Hoje decide-se quem será o vencedor na disputa pela presidência da Argentina, Javier ou Massa e saberemos se aqui no Brasil Bolsonaro venceu Lula ou se Lula venceu Bolsonaro, uma vez que por aqui, no céu, na terra, no alto do mar, nos tribunais, nas igrejas e em todo canto, no inferno, inclusive, o mundo está resumido à saga dos dois. 

Torço por Javier. “Abrir-se com alguém, isto sim é coisa de louco”. Pirandello. 

Na Argentina, haverá críticas aos eleitores do candidato que vencer, assim como aos eleitores do candidato derrotado. Mas, é difícil, bem difícil mesmo, ser eleitor, porque para escolher um entre dois ou mais candidatos, os eleitores precisam ter tempo e liberdade para trabalhar as informações que recebem e criar uma relação de confiança com quem fornece as informações. Nesse ponto, as campanhas na Argentina cumpriram a tarefa. 

Seja Javier, seja Massa, a campanha na Argentina ampliou a dificuldade de escolha para os eleitores com a entrada da Inteligência Artificial, utilizada com criatividade cruel, tanto por Javier como por Sérgio. Mas, ninguém tentou fazer o trabalho do eleitor, impedindo o uso da ferramenta. 

Para Pirandello, “Assim é se lhe parece”, não existe verdade, mas pontos de vista e faz parte da indumentária humana o uso de diversas máscaras, cada uma para uma ocasião precisa. As campanhas eleitorais são assim, por definição. Elas são exercícios de magia. 

Os mágicos trabalham com técnicas teatrais, manuais e de psicologia para fazerem com que o público só veja o que lhes interessa mostrar. É trabalho dos mágicos entregarem um monte de informações ao mesmo tempo, para dar destaque exclusivamente às que precisam para obter sucesso. Os mágicos manipulam a percepção, assim como fazem os candidatos e seus ajudantes. 

Então, há um meio para facilitar a vida do eleitor de tal modo que ele tenha menos chances de errar ao escolher em quem votar? Há quem possa selecionar as informações para que os eleitores tenham acesso, exclusivamente, às confiáveis? Tem gente que acredita ter esse dom. Mas, é democrático decidir pelos eleitores quanto às informações que eles precisam ter para decidir? A imprensa? Evidente que não. Ela tem lado. Tem algum mal nisso? Não vejo. E se tiver, para isso não existe conserto.  

O jeito certo de ajudar o eleitor a decidir melhor é dar liberdade às campanhas, para chamar ao jogo outro mágico que denuncie os truques do concorrente, fato que no campo da comunicação tem nome: contraditório e contraponto. Os candidatos e seus adversários devem ter liberdade para oferecerem aos eleitores as informações que desejarem, deixando com o juízo do eleitor a decisão sobre quais usar e como usá-las no processo de decisão. 

Quando não há liberdade para as campanhas, mesmo com o uso da lei ou da Justiça com a lei e, por vezes até sem ela, como se faz por aqui com algo que apelidaram de fake news, o eleitor é tutelado, é castrado naquilo que o diferencia dos animais: a capacidade de decidir por si próprio com liberdade para formular as decisões que toma e acertar e errar por si mesmo. Ora, por que razão o exercício do voto está limitado às idades onde se pode pensar por si mesmo? Exatamente, para que a decisão seja consciente e não tutelada. 

Por isso, sou um eleitor inconformado com o tipo de campanha eleitoral que se tem no Brasil, onde quase todo tipo de exposição é proibido e a exposição autorizada é imbecil. Assisti muitas peças da campanha na Argentina, inclusive as que usaram a  Inteligência Artificial. Os candidatos que disputaram a eleição tiveram liberdade para expor suas qualidades e até para inventá-las como tiveram para expor os defeitos de seus adversários e até para criá-los. Por aqui, alguém, certamente, com a lei e com a Justiça que temos, iria censurar as peças e os veículos por onde elas seriam veiculadas. A Inteligência Artificial seria algo abominável, com certeza. A turma do Tribunal Eleitoral ficaria com medo de ser enganada. 

Como eleitor, desejo ter acesso às informações e resolver por mim mesmo a quais devo dar crédito, para depois de confrontá-las decidir a quem devo dar o meu voto ou se não devo escolher um entre todos. É esse o preço da democracia, que fugimos para não pagar. 

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Como fazer para ter mulheres na política? 

25.09.2023. 

A resposta parece algo a merecer estudos sociológicos, antropológicos, filosóficos e bem mais. Não é. Basta que os partidos respeitem o que está determinado no artigo 4o da Lei dos Partidos Políticos, promulgada no dia 19 de setembro de 1995 (9.096), portanto, há 28 anos, tempo suficiente para ser entendido com clareza, mesmo pelas pessoas de pouco entendimento. Lá diz: “Os filiados de um partido político têm iguais direitos e deveres”. Mas, a gente sabe que não têm, por uma série de subterfúgios utilizados pelos donos de fato dos partidos, em contraponto aos donos de direito, os filiados. 

Se deixarem as mulheres em pé de igualdade nas convenções partidárias, elas farão o que têm feito em outros campos da atividade humana: ocuparão os espaços sem precisar da caridade dos homens. 

Faz tempo, gente, que não se tem convenções democráticas seja para o que for e menos ainda para escolha dos candidatos que os partidos apresentam aos eleitores. Por isso, os legisladores ficaram livres para instituírem, como se fossem atos de caridade, o que chamam de cotas, uma discriminação velada. 

Pois que, com convenções democráticas, onde todos os filiados, sem discriminação seja pelo que for, teriam o mesmo direito de voltarem e serem votados, o comando dos partidos precisariam reverenciar os filiados para deles obterem o voto. A alternativa seria fecharem a porta de entrada dos partidos para quem desejasse filiação e não lesse na mesma cartilha contudo esse tipo de controle, já se sabe, nada garante quando o poder, seja onde for, esteja em disputa.  

Os partidos políticos são bancados pelo dinheiro dos contribuintes, portanto, nada de mais ou de menos seria exigir deles normas claras e transparentes para filiação, pois que quem paga a conta tem todo o direito de participar das decisões, eis aí uma diferença entre a ideologia reinante e a desejada se queremos ser, de verdade, uma democracia. 

Toda vez que me vejo obrigado a consultar a legislação que norteia os partidos políticos, tendo presente o fato de existir por aqui um tribunal com atribuição específica para cuidar do assunto, questiono a necessidade de cotas e de outras invenções legais que só servem a um propósito: manter o comando dos partidos nas mãos de gente que só usa o número de filiados como estatística. 

Eis uma prática que não precisa ser reformada, mas, simplesmente, cumprida, repito: “Os filiados de um partido político têm iguais direitos e deveres”. 

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Caso Deltan. Eu só quero entender. Posso? 

Cassaram o mandato de um deputado federal, por negarem a ele, mesmo depois de ele eleito, o registro da candidatura. Eu não sou versado em Ciências Jurídicas, mas sou um cidadão que paga impostos ao Estado Brasileiro e faz isso sem alegria. Em razão dos impostos que toda gente sem privilégios paga, o Estado tem órgãos que cuidam da segurança das eleições. E cobram caro pelo serviço. 

Isso dito, mais de 300 mil eleitores do Paraná, informados da regularidade do registro da candidatura do cidadão Deltan Dallagnol, nele votaram para que ele os representasse no Congresso Nacional. Fizeram isso de boa fé e após voltarem no cidadão, os eleitores souberam da diplomação e posse dele, para poucos meses depois terem conhecimento de que ele não poderia ser candidato e que os votos que deram a ele vão para qualquer outro que eles, chamados, não escolheram. 

Ouvido o relatório do ilustre Ministro Benedito Gonçalves, o Superior Tribunal Eleitoral decidiu interromper o exercício do mandato do deputado, por entender que ele o alcançou com base em espertezas usadas para fugir às punições que o Conselho do Ministério Público em algum momento, lhe imporiam. Deltan Dallagnol foi membro do Ministério Público.  O Ministro e toda a Corte entenderam que o cidadão Deltan deveria ter esperado ser julgado pelo Conselho antes de pedir demissão e solicitar ao Tribunal Eleitoral o registro de uma candidatura à Câmara dos Deputados. 

Leigo nessa coisa de Direito, eu sou um cidadão que gostou bastante da escolha feita pelos meus iguais no Paraná e fui às consultas para saber se, de fato, o candidato nos tomou como estúpidos e fomos salvos pelo Tribunal Superior Eleitoral. Para entender o que aconteceu, fui ao único lugar que deveria ir, à mesma lei que o Tribunal tomou por base para decidir, a Lei de Inelegibilidade – Lei Complementar número 64, de 18 de maio de 1990. Que atrevimento o meu, não é? 

A Lei, de fato, diz que são inelegíveis, “os magistrados e os membros do Ministério Público que forem aposentados compulsoriamente por decisão sancionatória, que tenham perdido o cargo por sentença ou que tenham pedido exoneração ou aposentadoria voluntárias na pendência de processo administrativo disciplinar, pelo prazo de oito anos”. Mas, diante do que demonstrou o próprio Tribunal, quando o cidadão Deltan pediu exoneração, ele não respondia, ainda, a um processo administrativo. No Ministério Público existia a intenção de processá-lo, não confirmada, quando ele pediu demissão. Ora, alguém pode ser condenado pela simples intenção de um tribunal de condená-lo sem ouvir dele os argumentos de defesa? 

O mesmo Tribunal Superior Eleitoral me responde ao interpretar a lei, num Acórdão, de 15.12.2022, quando disse expressamente: “a instauração de processo administrativo disciplinar é elementar para a configuração da inelegibilidade, o que não ocorre com o pedido de providências e com a reclamação disciplinar, já que não é qualquer espécie de procedimento disciplinar que leva à aplicação de penalidades”. 

Diante do fato, fiquemos avisados sobre o risco de perdermos o voto se não formos mais diligentes na análise da vida dos candidatos, pois não podemos utilizar como elemento de escolha só a informação dada pelo Tribunal Eleitoral, no dia da eleição, de que o candidato que escolhemos teve o registro concedido e, por isso, a foto e o número dele estarão na urna eletrônica antes de apertarmos a tecla “CONFIRMA”. Pensem bem, pois, não teremos a chance de rever o ato antes de passados os quatro anos até a próxima eleição. 

É da vida. Lembrem-se que, para casar Lia, a filha mais velha, Labão enganou Jacó ao oferecer-lhe Raquel por sete anos de trabalho escravo para, na verdade, obrigá-lo a trabalhar mais sete. (Gênesis 29). 

Tudo isso faz parte da vida de quem vive por aqui. 

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O eleitor já decidiu nacionalizar a eleição.

Na dúvida. Sempre na dúvida

O eleitor já decidiu nacionalizar. 

O governador Cláudio Castro está em O Globo na arrancada das entrevistas com todos os candidatos a governador do estado, pelo menos aqueles que conseguiram vencer a cláusula pétrea de uma campanha eleitoral: ter um partido político. Isso não é algo fácil, porque os partidos têm dono, o dinheiro dos partidos está nas mãos deles e o tempo de uso da TV e Rádio também. Então, eles e elas decidem quem será candidato. E quem entre os candidatos, será competitivo. 

O editor da entrevista com Cláudio Castro compôs a chamada com uma frase do entrevistado, como manda o figurino. Disse ele: “Não quero nacionalizar a eleição do Rio”, um jeito matreiro de dizer que ele não está plenamente alinhado com o candidato a presidente do partido dele, Jair Bolsonaro. 

O governador está alinhado com todos e com nenhum, uma prática antiga de comunicação política, mas, cada vez menos convincente, porque os eleitores já andam saturados desse comportamento sem personalidade. 

O governador não quer assumir uma posição na relação da campanha dele com os candidatos à presidência, porque quer os eleitores de todos eles e acredita que desse modo poderá alcançá-los. 

Quando questionado sobre os apoios políticos que abraça, com tudo e com todos, Cláudio Castro mostrou onde é que a pancada nele dói mais. Esperneou e bateu duro nos adversários diretos, para dizer que na campanha do Freixo estão os saqueadores da Petrobrás e lembrar que o candidato Rodrigo Neves esteve preso.  

Cláudio Castro foi arrogante ao dizer que Wilson Witzel teria caído antes se ele tivesse assumido a posição de tirá-lo do poder. E, reafirma a personalidade ao destacar que as alianças que fez para governar não serão as alianças que adotará ser reeleito.  Desse modo, ele desqualifica quem veio com ele até aqui e faz isso da pior forma: não nomina e, portanto, generaliza. 

Cláudio Castro não quer, mas é evidente que o eleitor, na hora do voto, levará em conta a opção nacional. Isso está bem claro. Na hora do voto, o eleitor fará opção pelos candidatos vinculados ao candidato dele à presidência da república. 

Em seguida, Cláudio Castro entrou num campo no qual ele não deveria se aventurar. Ele se diz liberal por ter privatizado a CEDAE e se diz de centro-direita, porque distribui café da manhã para os pobres e vai mais longe – corajosamente ou irresponsavelmente – vai mais longe para definir as políticas ambientais como temas associados à esquerda. Uma salada que mistura legumes, frutas, coco, carne linguiça e chiclete. 

O tema principal foi pouco abordado por quem tem, com exclusividade, a obrigação constitucional de cuidar da segurança pública. O entrevistador isolou o tema no episódio do Jacarezinho e Cláudio Castro aceitou a pauta. 

“O meu governo não celebra a morte de ninguém, mas, quanto ao Jacarezinho, só havia um inocente: era o policial que acabou morto, deixando viúva e filho”. Ele julgou e sentenciou, de imediato, sem processos, sem questionar motivos, sem contraditório ou ampla defesa. Igualzinho ao que fazia seu ex-chefe, Wilson Witzel.  

Enfim, tudo dentro do esperado. As palavras ditas com os cuidados adquiridos, certamente, em tensas reuniões de treinamento. 

O diabo é que campanha tem adversários e quando os candidatos não estão atentos para isso, o debate pode desandar. 

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O baralho Brasil.

O coelho entra e anuncia:
“Sua Graça!”
“Sua Excelência!”
“Sua Real Majestade!”
“A Rainha de Copas!…”. E, com certo desprezo:
“E o rei! “

A Rainha, então, reclama:
“Quem pintou as minhas rosas brancas de jasmim? Quem, quem? “
Uma das cartas responde:
“A culpa é dele!” e aponta para o 2 de espadas.
“Não, não, minha senhora, a culpa é dele”.
“Quem, tu?” “Não, não, minha senhora, o 2”.
“Eu não! Foi o 5 de paus!”.
“Basta! Cortem as cabeças!’.

O público aplaude. Os soldados carregam os condenados para cumprir a sentença. A Rainha fica maravilhada com a popularidade que consegue.

Alice, a menina criada por Lewis Carroll, está presente e implora piedade em nome dos condenados. A Rainha olha Alice e diz:
“Olha, é uma menina!” Alice responde: “sou…eu só espero…”
A Rainha interrompe aos gritos: “Olha para mim, Fala direito. Pare com essas mãos e fique em posição de cortesia. Abra a boca um pouco mais e diga sempre assim: Oh! Majestade!”

Alice cumpre. A Rainha pergunta: “De onde viestes e para onde vais?” Alice responde. Ou tenta responder: “Quero encontrar o meu caminho”. A Rainha enlouquece, novamente: “Teu caminho? Tudo aqui é meu. Só meu!”

Alice aborrece a Rainha, ao vencê-la num jogo A Rainha, imediatamente, determina que lhe cortem a cabeça. O rei, com todo cuidado e humildade, sugere que a Rainha constitua um júri…”um jurizinho”. O objetivo do rei é salvar Alice. Tinha simpatia por ela.

A Rainha atende e determina: “Podem começar o julgamento”. O coelho assume o papel de promotor e inicia o discurso de acusação: “a ré, com intuitos malévolos, maltratou, atormentou, irritou a nossa amada Rainha…”.
A Rainha impaciente, interrompe o coelho para dizer: “chegue logo ao ponto em que eu perdi a calma”. ( Alice é acusada pelo crime de aborrecer a Rainha). O coelho obedece e segue para o final da explanação, quando mostra que a Rainha ficou aborrecida.

A Rainha, então, pergunta para Alice:
“Queres ouvir a sentença?”
Alice responde: “Sentença? Não há que ser o veredito?”
A Rainha responde: “sentença, primeiro! O veredito, depois”.
Alice retruca: “Mas, não é assim que se faz?”
A Rainha grita: “Quem manda aqui?”
“Sois vós”, responde Alice.
A Rainha insiste: “Cortem-lhe a cabeça”.
O rei interfere, novamente: “Meu bem. E as testemunhas? Não podemos chamar uma ou duas?”

E a história continua. Estamos diante de um clássico da literatura mundial. Algo bem atual, não?

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O PSDB é o partido que ensina como perder eleições

Os partidos têm dono. Sabe-se disso. E assim são definidos, por serem agremiações às quais as pessoas se filiam, mas, afiliadas, não têm poder de decisão. Uma pessoa, ou um pequeno grupo toma todas as decisões.

O PSDB, contudo, ficou sem dono, para cumprir o dito popular: “filho feio não tem pai”. Nasceu de pais nobres e, para contrariar a natureza, sem mãe: Franco Montoro, Fernando Henrique Cardoso, Mário Covas, José Rocha e Pimenta da Veiga. Gente de Minas, São Paulo e Paraná.

Por ironia do destino, o partido plebeu de onde se apartaram os nobres para dar luz ao PSDB, os levou ao poder. Itamar Franco, mineiro do PMDB, colocou Fernando Henrique, do PSDB, de cara para o gol e ele deu o chute certeiro.

Nobres são nobres, gente de sangue azul, e não se misturam com a plebe. E tal nobreza, não poderia ter símbolo com mais significado e beleza, do que o tucano, uma ave que vive, quando muito, 40 anos. Os nobres tucanos presentes na política nacional farão 33 anos em junho. No dia 25 de junho, para ser exato. A natureza diz que morreram logo.

Após Fernando Henrique Cardoso, os tucanos perderam cinco eleições consecutivas para a Presidência da República. Só times de futebol sobrevivem tanto tempo e mais tempo ainda sem títulos. José Serra perdeu duas, uma por não ter tido o apoio de Fernando Henrique Cardoso, Presidente, que preferiu Lula, e a outra por ter subestimado Dilma Rousseff.

Aécio Neves, mineiro como o fundador nobre Pimenta da Veiga, perdeu uma, derrotado pela senhora Rousseff no seu pior momento. Uma lição relevante para um partido que subestima as mulheres.

Geraldo Alckmin empatou com José Serra no número de derrotas. Perdeu uma para Lula e outra para Jair Bolsonaro e Fernando Haddad, representante do Lula. Parece ter cansado e decidiu unir-se ao adversário para vencer o adversário comum. “Já que você não vence o adversário, una-se a ele”.

Cinco derrotas e nenhuma lição! O PSDB fez todas as campanhas presidenciais com uma comunicação equivocada. Fosse ele um partido liberal – liberal de fato e não do tipo que atende pelo nome para disfarçar as intenções – teria observado a lição preciosa presente na melhor obra do liberal Ludwig Von Mises. No livro Ação Humana, ele alerta que os seres humanos mudam de posição na vida diante de duas circunstâncias: elas e eles, com a consciência de estar a viver uma situação ruim, saem dela, mas se concluírem que a nova será melhor do que a antiga. Se não acreditarem nisso, os seres humanos ficarão onde estão, seja num emprego ruim, numa cidade pior ou numa relação pessoal pior ainda.

Ora, por natureza, o ser humano acha os governos ruins e não gosta deles. Para gostar, precisam que sejam excepcionais, maravilhosos, acima da média das expectativas. Então, gastar tempo para falar que os governos são ruins, é uma bobagem. É “chover no molhado”. Melhor é que se gaste saliva e tempo para ganhar a confiança do eleitor numa situação que será melhor no futuro após a eleição.

Outra abordagem, que pode ser complementar e atender a quem já está no governo, é usar todos os meios que a comunicação oferece para dissolver a imagem do que é ruim e assumir o compromisso confiável de que será melhor em seguida.

A campanha do Lula contra o Serra apresentou o PT como a “esperança que venceu o medo”. Ou seja, com eles (PSDB) é ruim, comigo será melhor. Vitória! Depois, na campanha de reeleição do Lula, a mensagem do PT mudou. “Com a gente está ruim? Não é verdade. Mas, se você acreditar nisso, esteja certo que com a volta deles (PSDB) será pior”.

Este ano é a ocasião para os liberais, porque todos os não liberais estão do mesmo lado. É fácil identificá-los e vê-los de corpo inteiro. Geraldo Alckmin ajudou-nos bastante com a decisão que tomou.

Não percamos a nova oportunidade. Tivemos uma, em 1989, primeira eleição direta para a Presidência da República depois de 25 anos de jejum. Fernando Collor venceu a eleição com um discurso liberal, a favor de uma economia de livre mercado sem adjetivos, de desregulamentação, privatização e contra o intervencionismo. Nada disso aconteceu, porque o discurso não encontrou ressonância no Congresso Nacional. É lá que está o problema.

Sabe-se também que com um presidente com zero de identidade com os liberais, o Congresso poderá fazer pouco. Isso nos dá a estratégia para votar: escolher o candidato a presidente que mais se aproxima de nós; não queimar energia nem comunicação com candidatos que na presidência da república darão zero de chance às teses liberais. Do mesmo modo, apoiar que, no Parlamento, turma que no Parlamento dará curso ao que nós pregamos e um tranco naquilo que, por obviedade histórica, não acreditamos.

Boa semana para todos.

Foto: Rodger Timm/Divulgação

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Quem serão os eleitos em outubro?

Quem serão os eleitos em outubro? Você sabe? 

Quem serão os deputados federais e estaduais eleitos no Estado do Rio de Janeiro em outubro? Tomando por base a polarização entre Lula e Bolsonaro e as decisões dos eleitores em 2018, ocasião em que a polarização aconteceu entre os mesmos pólos, é possível desenhar os cenários. 

Na eleição passada, Jair Bolsonaro fez no Estado do Rio de Janeiro, barba, cabelo e bigode. Ele elegeu o governador e os dois senadores. Elegeu também 13 deputados federais e 14 estaduais se considerarmos só os eleitos pelo PSL. Mas, sabe-se que muitos outros penduraram-se nele, inclusive a turma do Partido Novo que, no primeiro turno ficou no vai-não vai com o candidato João Amoedo. 

Quando a gente olha os resultados de 2018, cidade a cidade do Estado do Rio, verifica que Jair Bolsonaro venceu o PT em todas elas e com diferenças expressivas. Na capital, por exemplo, no primeiro turno Jair Bolsonaro obteve 1.930.000 votos e Fernando Haddad, 398 mil. 

A minha análise recebeu a ajuda, no domingo passado, de um bom material publicado pela Folha de São Paulo, no Caderno Ilustrada, Ilustríssima, a mim encaminhado por duas fontes: pelo próprio autor, Antonio Lavareda e, no mesmo momento, pelo Rodrigo Bethlem, estudioso da política. Com o título “Barômetros Ideológicos”, o artigo antecipa o lançamento de um livro do Lavareda e Helcimara Telles, “Eleições Municipais na Pandemia”. 

Lavareda revisitou as eleições municipais de 1985 até 2020, e concluiu que as disputas pelos cargos de vereadores e prefeito têm funcionado como barômetros ideológicos das eleições gerais posteriores. Por gráficos presentes na matéria, Lavareda mostra que a campo ideológico da Direita venceu a Esquerda, com larga margem, nas eleições de 2020, para prefeitos e vereadores. 

A polarização teve peso na seleção, que fez o eleitor.

Sabe-se lá como será encerrado o período eleitoral deste ano, mas se o desenho for o de agora até outubro, a polarização entre Lula e Bolsonaro permanecerá a ponto de levar os dois para o segundo turno. Dizem as pesquisas que Lula chegará ao segundo turno à frente do Jair Bolsonaro. É possível, se as causas do voto dado a Jair Bolsonaro em 2018 desapareceram, ou seja, se a onda contra o PT com a força e a rapidez de um Tsunami, virou uma marola ou onda calma. Daí, cabe a pergunta: quem rejeitou o PT – e o PT é Lula e só Lula – estaria disposto a rever a posição e votar nele? 

Lula, para justificar o apoio presente de Geraldo Alckmin, disse que eles dois mudaram o suficiente para revisarem suas posições de 2018. Mas, afirmo: posições de um contra o outro e não com relação ao Jair Bolsonaro. Naquela eleição os dois estiveram do mesmo lado. E, no Estado do Rio de Janeiro, meu objetivo aqui, os votos dados ao Geraldo Alckmin, se somados aos votos do candidato do Lula, Fernando Haddad, no primeiro turno, o resultado final ainda seria favorável ao Jair Bolsonaro. 

Encerro com um ponto: haverá espaço no processo seletivo que leva o eleitor a escolher em que irá votar para a Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados e mesmo para o Senado Federal e até para o governo do estado, para candidatos que não estejam num dos dois pólos? Acredito que não. Tenho para mim e para quem quiser me ouvir, que a escolha do eleitor para todos os postos terá como base os dois candidatos à presidência, Jair Bolsonaro e Lula. 

O futuro dirá. 

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Só resta ao eleitor, aguardar

Precisava Sérgio Moro convocar a imprensa para comunicar a troca de partido? Claro que não. Para os eleitores dele e para os que ele pretende conquistar, os partidos não têm importância. Aliás, acredito que para nenhum eleitor brasileiro.

Quando festejou a entrada no Podemos e quis, agora, quebrar o constrangimento de ter saído, Sérgio Moro conversa com o mundo da política e da imprensa e não dos eleitores. E, como não está acostumado com o mundo novo, Sérgio Moro anda na campanha como um elefante em loja de louças. A cada discurso, um estrago, a cada decisão, uma vergonha.

Começo a análise da declaração dele à imprensa com uma frase, que cada um pode interpretar como quiser e atribuir a quem quiser: “Navegar é preciso, viver não é preciso”. Eu fico com Fernando Pessoa no lugar do general Pompeu na autoria da frase, e com a interpretação que tem mais com um general do que com um poeta, para dizer que o navegar com menor risco é o uso correto dos instrumentos de navegação. O viver, no entanto, será sempre surpreendente, felizmente. Nele nada é preciso, nem o tempo com que se contará com ele.

A estratégia é um instrumento de navegação, mas nem todo mundo acredita nela. Tem gente que prefere a intuição e a adivinhação; o ouvir sem questionar, quem vende decisões só por achar.

Após ir e vir, entre o público e o privado, Sérgio Moro retornou ao ambiente da política com uma festa de comemoração pela filiação ao Podemos. Mas, esta semana, ele apareceu para comunicar a filiação ao União Brasil, segundo partido dele em apenas quatro meses. Fez isso com menos pompa e com constrangimento. A filiação dele ao Podemos foi, então, uma decisão precipitada e pelo que se viu e se ouve nas hostes do União Brasil, a ida para lá teve também uma certa dose de precipitação.

Se olhasse com olhos mais atentos o funcionamento da política, Sérgio Moro teria concluído que filiação a um partido é decisão que os políticos só tomam no último minuto do tempo legal. Não por indecisão.

Engana-se quem acredita que os políticos demoram a decidir, por serem indecisos e que os políticos mineiros por demorarem mais, são mais hesitantes. Nada disso. Eles e elas sabem que a política é dinâmica e o ambiente se movimenta e os mineiros sabem disso bem mais que qualquer outro político. Então, esperam que as engrenagens se encaixem e, aí sim, decidem.

O encontro de Sérgio Moro com a imprensa para comunicar a filiação ao partido União Brasil foi ruim e regado com um discurso arrogante e confuso. Bem pior do que o que ele fez para comunicar a filiação ao Podemos, que foi estridente, glamouroso, mas também confuso.

Sérgio Moro chegou ao ambiente da entrevista meio sem jeito, visivelmente incomodado, vestido num uniforme de candidato, paletó escuro e camisa azul. O mesmo usado no dia da filiação ao Podemos. Ao sentar, ele desabotoou o paletó e nele limpou os óculos. Colocou alguns papéis sobre a mesa onde estavam os microfones da imprensa, usou um sorriso ensaiado, um pigarro e começou a falar. Nem de longe, ele lembrava o candidato glorificado na convenção do Podemos.

Aí, entrou em campo um texto preparado para ele, sem qualquer cuidado com a imagem que se tem dele. Retirei alguns trechos, para o exercício de um contraditório, como se houvesse um debate.

1. “Eu não desisti de nada”. Disse ele. De nada, o quê, exatamente?

2.”Sigo firme na construção de um projeto para o país. Temos que falar a verdade. O Brasil está em um ano eleitoral decisivo, no qual iremos escolher que tipo de país queremos ser…”. Qual seria a mentira?

3. “Não tenho ambição por cargos”. Quem disse que tem? Ele responde a quem, exatamente.

4. “Também não tenho necessidade de foro privilegiado ou outros privilégios, que sempre repudiei e que defendo a extinção. Aliás, não serei candidato a deputado federal.” Um aliás infeliz, porque remete à ideia de que todos os que são candidatos a deputado federal estão, na verdade, à busca de privilégio e de foro privilegiado. Gente de quem Sérgio Moro depende até para ser candidato.

5. “Precisamos, com urgência, da união do centro democrático contra os extremos. Hoje, no Brasil, quem lidera a formação desse pólo político é Luciano Bivar”. Por que Luciano Bivar? Pelo balaio de gatos que ele criou, quando juntou PSL e Democratas? Com que base Sérgio Moro faz tal afirmação?

6“Meu movimento político exigiu desprendimento e humildade.” Ficar no Podemos seria uma prova de ambição, cobiça e arrogância?

7. “Fui a primeira liderança a fazer esse gesto político em prol da unificação do centro democrático…Precisamos de outros atos de desprendimento de Luiz Felipe D’ávila, João Dória…”. O que ele quer dizer com isso? Sejam com eu. Tenham vocês o mesmo desprendimento e humildade para aceitar a minha candidatura à presidência no lugar de vocês.

Enfim, este é Sérgio Moro, o juiz que, ao aceitar ser Ministro do Presidente que venceu a eleição, depois de ter enjaulado o principal concorrente dele, deu liberdade para quem, por esperteza e conveniência, assuma a prisão do Lula como uma grande armação, imagem que a Justiça ajudou a construir, quando anulou todas as decisões do juiz da lava-jato.

No mundo das pessoas que vivem longe da política, essas coisas passam ao largo e aos eleitores só resta aguardar que os políticos acertem o passo, comecem as campanhas e ofereçam razões para receberem os votos dos eleitores.


Foto: Reprodução/Podemos

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Não é a economia!

Tem sido costume no Brasil os candidatos à presidência anunciarem, de pronto, quem será seu orientador para a economia, alguém que em razão da campanha do Presidente Jair Bolsonaro, e do sucesso de peças publicitárias de um posto de gasolina, ficou com o apelido de “Posto Ypiranga”. 

A economia esteve também como motivo da vitória de Bill Clinton numa campanha de sucesso inacreditável contra um presidente com um governo bem avaliado, George Bush. James Carville, estrategista da vitória, sintetizou a causa do resultado numa frase: “É a economia, estúpido !” 

Serei atrevido com os candidatos à presidência do Brasil, sem ser agressivo. Tiro o “estúpido” da frase de Carville e incluo a negativa, para dizer: Não é a economia! 

O povo brasileiro tem sido infeliz nas escolhas que faz nas eleições,  porque a pobreza é o motivo condutor das decisões. Por um “bolsa” qualquer e promessas de ter uma vida um pouco melhor e voz sobre os costumes, o brasileiro tem entregue o voto. 

A pobreza é o nosso principal problema e, por paradoxal que pareça, ela está longe de ser uma questão só, exclusivamente econômica. Se fosse, os programas sociais, que mudam de nome a cada governo, mas não mudam de roupa, já teriam resolvido a pobreza. 

Alguém que conheça com profundidade o mundo opaco das teorias econômicas conseguirá vencer a pobreza, se no Brasil os pobres nascem pobres e nada se faz para que saiam da pobreza a ponto de seus filhos e netos não nascerem pobres? De onde virá a oportunidade para a mudança do destino? 

Virá do resultado dos balanços de pagamento, das reservas internacionais, da inflação, dos superávits na balança comercial, do valor do real frente ao dólar? Ou do que acontecerá com a economia mundial depois da guerra da Rússia com a Ucrânia ? 

Na vida dos próprios candidatos e da candidata à presidência está a resposta. Uns mais, outros menos, todos tiveram oportunidade de aprender alguma coisa nas escolas por onde passaram. 

Lula aproveitou-se de uma escola profissionalizante para ser torneiro mecânico, assumiu a presidência de um sindicato, comandou uma greve, negociou com o governo, criou um partido político e disputou eleições. 

Jair Bolsonaro entrou na Escola Preparatória de Cadetes do Exército, tornou-se capitão, comandou uma greve, ingressou na política e hoje é o Presidente da República. 

Sérgio Moro cursou Direito, fez-se Juiz, Ministro e agora é candidato à presidência. Ciro Gomes deixou a cidade natal em São Paulo, fixou-se na cidade de seus pais no Ceará, estudou, cursou uma universidade pública, etc, etc. 

Simone Tebet? Única mulher na disputa. Seus avós deixaram a cidade natal. Seu pai, político, foi antes promotor público, porque foi formado numa Universidade Pública, como aconteceu com a filha Simone que, depois, tornou-se Senadora, e agora é candidata a Presidente. 

Luiz Felipe D’avila fez o ensino médio num subúrbio de Chicago, estudou Ciência Política em Paris e Administração Pública em Harvard. Criou o Centro de Liderança Pública, CLP, e é candidato à Presidência.  

Já temos exemplos bastantes para mostrar aos candidatos e à candidata à Presidência que, se ela e eles querem mesmo, como dizem, acabar com a pobreza e o mais cruel legado dela, a ignorância sobre como se faz um país melhor,  o primeiro nome a escolherem para suas equipes de trabalho não deveria ser dos economistas, mas de gente que sabe o que fazer com a Educação. 

Jair Bolsonaro tomou de Cristo um dos slogans de sua campanha: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. Mas, como fazem para conhecer a verdade aqueles que não sabem ler e se sabem, sequer interpretam corretamente o que leem? 

Com boa educação ou até com uma educação razoável, quem lê a frase dita por Cristo saberá que ela ocorreu algo depois de Cristo ter repreendido os escribas e fariseus que queriam apedrejar uma mulher adúltera: “Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que atire a pedra contra ela”. Opa! Como isso poderia ser útil ao usuário da frase sobre conhecer a verdade! 

Portanto, eu diria ao James Carville: Por aqui não é a economia, “estúpido!” É a educação! Sem ela, a economia andará sempre a depender da caridade do Estado, porque é ela que, verdadeiramente, liberta, porque só ele faz com que alguém conheça a verdade e estabeleça a diferença essencial entre ela e a mentira comum às campanhas eleitorais.   

Para provar que a educação no Brasil é uma lástima, dispenso-me de  tomar o tempo de vocês, leitores, com dados que estão disponíveis e acessíveis a todos. Basta que se busque a ajuda do google. E, se quiserem algo mais sofisticado, o google também indicará. 

As escolas brasileiras se servem a alguém, servem aos políticos que inauguram os prédios e corporações. O Brasil ainda é o país das salas de aula entregues só aos professores. Eles e elas entregues à própria sorte. São ambientes jurássicos num mundo onde a tecnologia muda rápido e o conhecimento se torna essencial para encontrar lugar no mercado de trabalho. 

Quem cuidará da Educação no projeto de governo da candidata e dos candidatos à presidência que se apresentam ao povo brasileiro? Com quem está ou ficará a batuta da Educação? Enquanto esse dado for irrelevante diante do maestro da orquestra e o primeiro violino estiver entregue ao “Posto Ypiranga”, esqueçam. O Brasil não será a pátria da liberdade e tão pouco da ordem e do progresso. 

*Artigo publicado no Boletim da Liberdade.

Por Jackson Vasconcelos