fbpx

Se não chover, querida…

Compartilhe!

Share on whatsapp
Share on facebook
Share on linkedin
Share on twitter
Share on email

A maior dificuldade do discurso político é ser crível. Há causas várias para isso, mas uma é fulminante: o que é dito, a prática de vida não confirma. Hoje a invisibilidade é impossível, porque tudo o que é afirmado por alguém pode ser confirmado numa visita ao passado ou por imagens capturadas sem que o personagem autorize ou perceba. Nisso está o problema.

Todavia, há quem dê sempre uma mãozinha ao “investigador”. Gente que deixa escapar a incoerência no discurso que faz.

Algo como o jovem apaixonado que, no banco da praça da cidade de nascimento, fazia juras de amor à namorada. Ela um tanto amedrontada com as reações que o pai teria com a notícia que ela levaria a ele: o pedido de casamento feito pelo jovem.

– Marcos, estou com medo da reação do papai. Ele sempre foi contra o meu namoro com você.
– Meu amor, não se preocupe. Eu, por você, sou capaz de enfrentar qualquer dificuldade. Não tenho medo. Para casar com você, amor, eu encaro qualquer problema.
– 
Eu sei, mas meu pai é uma parada difícil!
– Eu enfrentarei ele.

Namoraram mais um pouco. A noite caía. Eles se despediram. A moça, então, fez a pergunta final:

– Marcos, você virá me ver amanhã?
– 
Se não chover, estarei aqui.

É o caso de perguntar: onde foi toda a valentia do moço diante do medo de se molhar?

E veja o que há na fala do Lula no último discurso que fez no Sindicato dos Metalúrgicos em São Bernardo do Campo:

“Companheiros e companheiras, eu, em 1986, eu fui o deputado constituinte mais votado na história do país. E nós ficamos descobrindo que dentro do PT  havia uma desconfiança que só tinha poder no PT quem tinha mandato. Quem não tivesse mandato… Puta, eu não citei o senador Humberto Costa que eu vi aqui, senador por Pernambuco, que eu não citei pra vocês. Ninguém me deu nominata. A Fátima (Bezerra, deputada federal), é do Rio Grande do Norte. Ela será governadora do Rio Grande do Norte…”

E Lula saindo citando toda a turma que tem mandato e estava no palanque, até chegar ao deputado federal Glauber Braga, que o Lula errou e chamou de Glauber Rocha:

“Porra, é Glauber Braga….”

E continuou.

“Pois bem, companheiros, quando eu percebi, que o povo desconfiava, que só tinha valor no PT, quem era deputado, Manuela e Guilherme, sabe o que eu fiz? Deixei de ser deputado. Porque eu queria provar ao PT que eu ia continuar sendo a figura mais importante do PT sem ter mandato. Porque se alguém quiser ganhar de mim no PT, só tem um jeito, é trabalhar mais do que eu e gostar do povo, mais do que eu…”

Quem não estava sem mandato no dia do discurso estava na praça a aplaudir os que têm e eram citados pelo “Cara mais importante do PT”.

Por Jackson Vasconcelos

Mais Publicações

Artigos distribuidos

“GOSTEI DO SÉCULO”. 

Márcio Moreira Alves, jornalista, deputado federal, foi alguém que pela coragem ou ingenuidade, desafiou o poder militar no tempo em que fazer isso era  considerado

Artigos distribuidos

NO DIA EM QUE DEUS SE ARREPENDEU…

Domingo de Páscoa de 2024.  “Viu o Senhor  que a maldade do ser humano se havia multiplicado na terra e que era continuamente mau todo

Quer aprender mais sobre política?

Conheça nosso curso.