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Sai o dinheiro, entra a política

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1909.pol

Os Ministros do Supremo Tribunal Federal, com a decisão de proibir a doação de empresas para campanhas eleitorais, mandaram os candidatos gastar sola de sapato, transmitir calor, suar o corpo, exercitar os ouvidos, ficar mais perto de nós, eleitores, até para pedir dinheiro. Se, ao contrário do que prevê o meu medo de ser feliz, nada for feito e a decisão sobreviver, nunca mais haverá no Brasil quem, passada a eleição, tenha esquecido a pessoa que escolheu para receber o voto.

Tem gente que diz que uma eleição sem o dinheiro das empresas será mais fácil para quem use a máquina pública. É possível, mas há que se ter em mente o número de candidatos eleitos que não chegaram a governar ou ficaram pouco tempo nos governos, porque a Justiça Eleitoral, rigorosa no cumprimento da Lei, fiscaliza e pune o comportamento. Já não se consegue contar mais nos dedos, juntados todos, dos pés, das mãos e dos vizinhos, o número de políticos com carreira encerrada por conta do uso da máquina. E, vale ressaltar, que a própria chapa vitoriosa para a campanha presidencial, Dilma e Temer, anda assustada com a possibilidade de voltar pra casa pelo tráfico de influência, que animou os financiadores do projeto.

Sem empresas a financiar campanhas, outra turma que delas participa e cobra caro pelo serviço terá a oportunidade de voltar a exercitar um dos mais fantásticos elementos da inteligência: a criatividade. Teremos a volta do marketing criativo, barato, eficiente, com pouco ou nenhum espaço para contar mentiras, exemplos do que vi fazerem nas inteligentes campanhas de antes.

Lembro, em especial, a campanha de 1982, para o candidato Moreira Franco, desenvolvida pela Artplan. Participei dela. A campanha para a televisão tinha pouco marketing e muita, muita comunicação. Ela foi para as ruas com o slogan, “Nem Miro, Nem Sandra, pra seu governo, Moreira Franco e música, “Você não é mais meu amor, porque me fez chorar…”, referindo-se ao Governador Chagas Freitas, que apoiava o candidato Miro Teixeira. O filme foi dirigido pelo Chico Abréia, que chegou a ser Vice-Presidente da Artplan.

Antes do filme ser veiculado, a candidata Sandra Cavalcanti batia 60% de intenção de votos nas pesquisas, Moreira Franco, 3%. Na eleição, Sandra chegou com 10% e Moreira, em segundo lugar, com 30,60%. A eleição não tinha segundo turno e Brizola foi eleito com 34,17%, com uma campanha também memorável: “Brizola na cabeça”.

Quando recebi a notícia da decisão dos Ministros do Supremo, vivi um raro momento de acreditar que é possível ter de volta a política no lugar do dinheiro para decidir eleições. E, ter a comunicação a rebocar o marketing como elemento de convencimento.

Por Jackson Vasconcelos

 

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