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Campanha Eficiente: O valor da equipe

O tema abordado por Jackson Vasconcelos no quarto vídeo da série Campanha Eficiente, no canal da Estratégia e Consultoria no Youtube, é o valor da equipe. O consultor destaca que cada membro de uma equipe de campanha é um eleitor qualificado que, além de votar, multiplica ou subtrai votos do candidato. Por isso, a formação da equipe e relação do candidato com a mesma, são elementos fundamentais para alcançar a vitória.

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Uma reforma ou uma encruzilhada?

A-vida-na-encruzilhadaO modo como conseguir dinheiro para financiar as campanhas eleitorais para as funções de Estado (vereador, deputado, senador, governador e presidente) é o tema que justifica a intenção de reformar o modelo de campanhas, que indevidamente, andam a chamar de “Reforma Eleitoral”. Ela carrega uma questão central: é exequível financiar campanhas competitivas sem contar com a corrupção? No encadeamento lógico, é possível ser eleito sem corromper? O histórico das campanhas diz que não e as medidas propostas até aqui para acabar com isso, sequer tangenciam a possibilidade de mudar.

Na última quarta-feira, 9/09, a Câmara dos Deputados concluiu a votação de um pacote de medidas que, por dor de consciência ou “ato falho”, os reformadores apelidaram de “minireforma”. No subconsciente eles sabem que, até aqui, as suas propostas cuidaram pouco do desafio de transformar um sistema que o povo brasileiro compreende como anacrônico.

Cada peça da reforma aumenta a percepção de estar sendo ela desenvolvida unicamente na linha do interesse dos candidatos e nunca dos eleitores. Mas, disso tratarei em outra oportunidade. Por enquanto, coloco os holofotes na decisão dos deputados, que contrariou o desejo dos senadores: está autorizada a doação de empresas a partidos políticos, respeitados alguns limites. O Senado advoga o financiamento das campanhas por pessoas físicas exclusivamente. Contudo, isso já houve e durante muito tempo, até o momento do impeachment do Fernando Collor de Mello. Ou seja, ainda durante a campanha dele, o sistema não permitia o financiamento por pessoas jurídicas e o fato fala por si, no contexto do propósito da reforma: inibir a corrupção.

Em 1982, ano da primeira eleição direta para governadores desde a interrupção imposta pelos generais, as sedes das campanhas precisavam reservar espaços enormes para os arquivos que guardavam os recibos das pessoas físicas que, em tese, contribuíram para a campanha. Noventa por cento delas, na verdade, respaldavam o financiamento vindo de outras fontes, legítimas, mas, para a legislação daquele tempo, completamente ilegais. Era o velho jeitinho brasileiro.

Uma das melhores obras que li sobre o financiamento das campanhas eleitorais é do jornalista Maurício Dias. Ele conseguiu resumir no título toda a força da obra: “A Mentira das Urnas – Crônica sobre dinheiro & Fraudes nas eleições”. O livro nasceu no segundo ano do primeiro governo Lula. A linha direta entre o domínio da máquina pública e o financiamento das campanhas está, no livro, claramente explicitado. A demonstração feita pelo Maurício sustenta a minha convicção exposta no início do texto: ainda não inventaram formas de financiamento sem o dinheiro retirado do Estado de modo ilícito. E, como o Estado Brasileiro é mastodôntico, a corrupção por aqui não poderia ser menor.

O Dicionário de Política (Bobbio, Matteucci e Pasquino) dá para a palavra Corrupção, ali registrada com “C” maiúsculo, alguns significados. Pra mim, o mais interessante é “A Corrupção é uma forma particular de exercer influência: influência ilícita, ilegal e ilegítima. Amolda-se ao funcionamento de um sistema, em particular ao modo como se tomam as decisões. A primeira consideração diz respeito ao âmbito da institucionalização de certas práticas: quanto maior for o âmbito da institucionalização, tanto maiores serão as possibilidades do comportamento corrupto. Por isso, a ampliação do setor público em relação ao privado provoca o aumento das possibilidades de Corrupção”.

Ou seja, querem mesmo uma legislação que acaba ou reduza muito a influência da corrupção no sistema de financiamento de campanhas? Tirem dos candidatos a chance de influenciarem as decisões do Estado. Simples assim.

Por Jackson Vasconcelos

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Campanha Eficiente: O valor do tempo

Já está no ar o terceiro vídeo da série Campanha Eficiência no canal do Youtube da Estratégia e Consultoria. Entre os elementos que compõem uma campanha eleitoral, existe um irrecuperável e decisivo: o tempo. Jackson Vasconcelos fala sobre a importância de não desperdiçá-lo e destaca a importância de estar atento a situações que fazem com que um candidato perca tempo.

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É bom parar de frescura e partir pra solução!

Dia 02 de outubro de 1992, marcou o impeachment do Presidente Fernando Collor de Mello. Em dezembro, a revista VEJA usou as páginas amarelas para publicar uma entrevista com o cientista político Luiz Felipe de Alencastro, que hoje segue sendo ouvido. Com a mais absoluta legitimidade, porque escreve bem e tem boa capacidade analítica.

Evidentemente, o impeachment foi o tema central. De longe, com quase 30 anos de distância, releio o material para uma pesquisa. Chamou-me a atenção, em especial, a resposta do Luiz Felipe Alencastro sobre que consequência ele esperava do impeachment.

“Acho que por mais contraditório que pareça, o impeachment viabilizou o presidencialismo. Demonstrou que é possível dar xeque-mate ao rei num sistema presidencialista. O instituto do impeachment nunca havia sido testado dessa forma em nenhum lugar do mundo. No Brasil ocorreu um fato inédito, o que explica a reação da imprensa internacional, quase de incredulidade”.

Fora da esteira do impeachment, o Brasil tinha passado, poucos anos antes, em 1988, por um debate profundo, sobre ser presidencialista, parlamentarista ou monarquista. Somos presidencialistas. Eu não gostei da escolha e hoje vejo que tinha razão.

Aberta a temporada de eleições diretas para presidente da república, elegemos quatro presidentes: Fernando Collor de Mello, que ficou no meio do primeiro caminho. Outro Fernando, o Henrique, duas vezes eleito. Em seguida,  Lula, também duas. E Dilma que passou bem pelo primeiro mandato e espatifou-se no segundo. Quatro presidentes, dois impeachment. Mas, não paramos aí.

Depois do Collor, o sucessor quase renunciou. Depois da Dilma, está aí o Michel Temer em agonia.

Está claro, portanto, que ao contrário do que pensou Luiz Felipe Alencastro, o primeiro impeachment sinalizou um presidencialismo frouxo, que nada construiu a não ser crises após crises.

Fala-se em reformar o sistema político. Não será ocasião de voltar a pensar, pra valer desta vez, no parlamentarismo? É bom parar de frescura e partir pra solução.

Por Jackson Vasconcelos

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Será vã coincidência?

AecioDilma

Faz 30 anos que o Prefeito do Rio de Janeiro declarou falida a prefeitura. Agora, a Presidente do Brasil fez o mesmo com relação ao governo dela ao encaminhar ao Congresso Nacional a proposta do Orçamento da União para o próximo ano, com um déficit de R$ 30 bilhões.

Salomão, quase no final da vida, escreveu Eclesiastes e deixou uma das observações de melhor aplicação prática na vida: “O que foi, isso é o que há de ser, e o que se fez, isso se tornará a fazer; de modo que nada há de novo debaixo do sol”. Einstein poderia completar o Eclesiastes com a frase que a experiência dele criou: “Tolice é fazer as coisas do mesmo modo e esperar resultados diferentes”.

Entre a falência da Prefeitura do Rio decretada pelo Prefeito Saturnino Braga e a falência do Governo Brasileiro, declarada agora pela Presidente Dilma, há situações de impressionante semelhança.

Em 1985, depois de uma campanha com golpes abaixo da cintura, Leonel Brizola elegeu Saturnino Braga, Prefeito do Rio. Concorreram 30 candidatos numa eleição de turno único. Rubem Medina, naquele tempo, deputado federal já com cinco mandatos consecutivos, mas com apenas 40 anos de idade, chegou em segundo e foi o foco principal dos ataques do Brizola, principalmente, porque fez uma campanha que alertava a população do Rio para os riscos de falência da Prefeitura se aplicadas as promessas do PDT.

Outro ponto a favor das coincidências: a senhora Dilma Rousseff, se sabe, naquele tempo, no Rio Grande do Sul, estava nas fileiras do PDT, ao lado, portanto, dos senhores Leonel Brizola e Saturnino Braga.

Por Jackson Vasconcelos

 

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Mais um dia de tédio!

tedioA Presidente da República avisou que reduzirá o número de ministérios sem saber como será o desenho final. A medida é, portanto, uma coisa feita de afogadilho, tomada sem planejamento e, ironicamente, nela não estará a extinção do Ministério dedicado ao tema.

Na verdade, a Presidente impulsionou uma ação de marketing político um tanto curiosa, porque no final do processo estará o eleitor que, usuário dos serviços públicos, enfrentará mais problemas. O tiro sairá pela culatra!

O aviso da Presidente gera dúvidas e, na dúvida, os burocratas do governo não ultrapassam e nem diminuem a velocidade. Eles e elas simplesmente abandonam o trabalho para se dedicar de corpo e alma ao projeto pessoal de manter o cargo e o status. E, farão da vida dos políticos que os sustentam nos cargos, um verdadeiro inferno.

A Presidente, pelo desconhecimento das manhas da economia, parou o país e, conseguiu, com o desespero de fugir dos problemas que tem com a própria imagem, parar o próprio governo.

O final dessa história será um governo com imagem pior, uma Presidente com rejeição maior e um povo mais saturado.  Um tédio!

E, como não há oposição minimamente mais competente que o governo, o povo brasileiro tem pela frente uma estrada longa para percorrer até encontrar a felicidade.

Por Jackson Vasconcelos

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Um marketing estúpido, completamente, estúpido!


Bosta
O destino livrou o PT de alguns de seus tesoureiros. Precisaria agora livrá-lo dos seus marqueteiros. Pelo marketing, o Lula chegou ao poder e na garupa levou o Partido dos Trabalhadores. Mas, pelo marketing, a Dilma e o partido estão quase fora de lá.

O vencer a qualquer custo, para manter a presidência, fez o marqueteiro João Santana produzir uma campanha para a reeleição da Dilma, que vendeu o sonho para entregar, menos de 24 horas depois, um pesadelo. A campanha mentiu sobre a qualidade do governo e prometeu coisas que não conseguiria cumprir. O povo, meio desconfiado, comprou a campanha. A Dilma venceu, mas sem margem de segurança.

O resultado era razão suficiente para a equipe de comunicação e marketing da Dilma, sugerir que ela assumisse o novo período com uma imagem de humildade. Algo como “errei, mas vocês me deram mais uma chance e eu estou feliz, porque, poderei, com responsabilidade, acertar o passo. Peço-lhes que essa nova chance, venha acompanhada de um voto de confiança, para as reformas que precisarei fazer”. A Presidente, contudo, no primeiro pronunciamento que fez depois de reeleita, mostrou que não perdeu a pose, nem o ar de “inteligência privilegiada”, gente que governa acima do bem e do mal.

Ao ver o dano, eu imaginei que a turma do marketing do PT já tivesse conseguido alcançar níveis de incompetência insuperáveis. Qual o quê. Eles foram além e produziram o programa que foi ao ar esta semana. Uma lástima como instrumento de comunicação, principalmente, porque a proposta era, visivelmente, de tentar criar alguma imagem positiva para o governo, para o PT e para a Dilma.

Os marqueteiros da Dilma e do PT agiram como um sujeito que, consciente de possuir má hálito, no lugar de procurar um médico e, enquanto o tratamento não faz efeito, falar com as pessoas de longe e com a mão à frente da boca, prefere chegar bem perto do nariz dos outros.

O programa do PT, claramente, produziu o efeito contrário daquele que precisam a Dilma, o partido e o Lula, que compareceu ao desastre. No lugar da humildade esteve presente, durante todo o programa, a recorrente arrogância e a covardia, quando entre as fotos dos adversários do governo tratados na peça como inimigos do povo, não entrou a do deputado Eduardo Cunha. E, nada disso suficiente, para fechar, o PT ironizou, fez pouco, da atitude do povo de se mobilizar como e com o que pode, para pedir que mudem aquilo que o incomoda.

Quem tem um marqueteiro ruim não precisa de um Moro para esculhambar a imagem.


Por Jackson Vasconcelos

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Traição ou conveniência?

 

A Senadora Marta Suplicy está nas Páginas Amarelas da VEJA, entrevistada pelo Pedro Dias Leite. O editor deu à matéria o título, “O PT traiu os brasileiros”, que interessa mais a revista, pela opinião que tem do governo e do PT. Mais fiel ao conteúdo seria o título: “O PT contrariou a Marta”.

Nós, brasileiros, já descobrimos faz tempo, que o PT nunca quis varrer as velhas práticas da política brasileira, como parecia ser o seu desejo, quando na oposição. Ele fez de tudo, isso sim, para chegar ao poder e ter também direito aos resultados das velhas práticas.

A Senadora Marta Suplicy deseja sair do PT, não pelas razões de ética ou de povo que alega, mas porque há um conflito incontornável entre o projeto de poder do PT e o dela. Isso está claríssimo na resposta que ela ofereceu à terceira pergunta: “Houve uma gota d`água?”:

“A escolha do Fernando Haddad para ser candidato à prefeitura de São Paulo, em 2010, foi muito difícil para mim. Mas respirei fundo e fiz campanha para ele. Sei que minha participação foi fundamental para a vitória do Haddad. Antes já tinha sido praticamente abandonada na minha eleição para o Senado. Ganhei com enorme dificuldade. O PT fez campanha muito mais forte para o candidato Netinho do que para mim. Então, comecei a pensar no que estava fazendo no PT. Em 2014, meu nome nem foi cogitado para a corrida ao governo de São Paulo, embora eu tivesse 30% das intenções de voto. Aí vem essa avalanche de corrupção. Engoli muita coisa na política. Mas, quando vi que estava em um partido que não tem mais nada a ver comigo, que não luta pelas bandeiras pelas quais me bati e ainda me tolhe as possibilidades – e eu sei que sou boa – a decisão de sair ficou fácil”.

Quem se der ao trabalho de visitar as notícias de setembro de 2012 sobre as eleições municipais no Brasil, encontrará a Senadora Marta curvada diante da vontade do ex-presidente Lula de ter Haddad candidato à Prefeitura de São Paulo.  Mas, não sem a devida compensação. Ela recebeu a cadeira de titular do Ministério da Cultura, que num ato de absoluta coerência com o pragmatismo da política, lhe foi tirada, depois de eleito o Prefeito.

Melhor entrevista e papel faria a Senadora Marta Suplicy se não tentasse mascarar o que lhe incomoda. O povo entenderia com mais facilidade, porque sabe que a política funciona desse modo.

Por fim, há um comportamento bem definido na política: ela não trabalha com o conceito de traição, mas de conveniência. Enquanto Marta foi conveniente ao PT em São Paulo, o partido e o Lula fizeram bom uso dela e da parte dela receberam, e têm recebido, o mesmo tratamento.

Por Jackson Vasconcelos